As atividades de promoção da ciência entre as crianças, iniciadas em 2018, tornaram-se as preferidas do público da Kolibrí. Nesta 10ª edição do Festival ampliamos este desafio.
Nosso estímulo é promover o acesso à ciência de forma universal, para que todos possam entender o que nos cerca com uma linguagem simples, despertando o interesse das crianças por esses temas. Mais do que workshops com artistas e cientistas, o Kolibrí procura construir memórias e experiências significativas na infância, convidando-os a participarem dos eventos com um adulto (pais, avós, tios). O encontro e a interação entre as famílias é muito importante para o nosso Festival.
Este ano não poderia ser diferente. Com o apoio da embaixada da Espanha na Finlândia, continuamos a desenvolver esta linha de trabalho. Em 2021, selecionamos para o programa Kolibrí três propostas que mesclam ciência e arte. Duas delas: oficina da Mandarina Collective, “Para além do arco-íris” e Ana Álvarez Piedehierro, “Oobleck – slime que não agride o meio ambiente”, uma oficina liderada por quatro jovens.
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“Para além do arco-íris” foi uma oficina de ciência, arte e filosofia. Nela, o fenômeno natural da refração da luz e das cores foi o fio condutor para refletir coletivamente sobre a empatia, a comunidade e falar sobre como nossa percepção muda diante de um mesmo fenômeno ou situação.
Desde 2020, Mandarina Collective: Ana Á. Piedehierro (ES), Inês Montalvão (PT) e Ina Fiebig (DE) começaram a explorar novas formas de unir ciência e arte de forma acessível às crianças. Elas são apaixonadas por diferentes campos da ciência e das artes. Os valores centrais do grupo são: trabalhar com públicos diversos e enfatizar uma abordagem multicultural, multilíngue e intergeracional. Como coletivo, elas acreditam que a arte e a ciência são essenciais para a construção de uma sociedade responsável, respeitosa, multicultural e acessível.
“Oobleck – slime que não agride o meio ambiente” uma oficina sobre o famoso slime. Um slime amigo do ambiente. Nesta oficina, a infância que cresceu ajudando o Kolibrí orientou outras crianças na confecção do Oobleck e revelou o segredo das inesperadas propriedades desse slime. O objetivo de fazer uma oficina dirigida por jovens é treinar novos monitores científicos. Uma cadeia de aprendizagem ponto a ponto. Ana A. Piedehierro é doutora em física e meteorologia e trabalha como investigadora no Instituto Meteorológico Finlandês de Helsinque e, além disso, há mais de 10 anos organiza divertidas oficinas científicas com crianças, jovens e famílias, tanto na Espanha como na Finlândia.
O terceiro workshop, “Aves do meu bairro” de Jon Dunn (EUA) e Inês Montalvão (PT). foi uma proposta que se centrou, por um lado, na ideia de bairro: o sentimento de pertencer a uma comunidade inclusiva e diversa. E, por outro lado, na biodiversidade como parte da paisagem urbana. Cultivar essa conexão com a natureza promove uma forma de agir e cuidar de todos os membros da comunidade. Comedouros de pássaros foram construídos na oficina e os participantes recebeam os melhores conselhos sobre os sabores preferidos desses vizinhos voadores. Jon é designer de permacultura em uma cooperativa de alimentos, é ativista pelos direitos dos animais, tem experiência como artista interdisciplinar e arquitetura; Inês concebe exposições, conceitos e experiências originais para museus. Ela é bacharel em biologia e tem experiência profissional em comunicação científica, popularização e ilustração. Sua prática se concentra na interseção da arte e da ciência, tentando assim promover um sentimento de pertença e conexão com a natureza e os outros.
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O Kolibrí convida as crianças e suas famílias, além de pessoas criativas e especialistas a participarem dessas experiências de acessibilidade aos fenômenos científicos. Promover não só o acesso à ciência, mas também as diferentes formas de fazer e explicar a ciência. Não há nada de verdadeiro ou errado, apenas a vontade de nos enriquecer a todos com mais conhecimento.